domingo, 18 de abril de 2010

Pouco mais de Passarinhos

Estamos construindo nossa identidade visual junto à Engenho, suporte em comunicação. Eles nos fizeram algumas perguntas beeem legais que achei interessante pôr aqui pra entenderem melhor nosso trabalho, o que a gente pensa, faz, toca, sonha... enfim!
Vejam só:


1)De forma sintética, apresente um breve historio do Grupo. Quais os destaques dentro da trajetória?

Os Passarinhos do Cerrado nasceram há quatro anos, quando começamos a colocar em prática a idéia de trabalhar com cirandas e cantigas de roda. Era um trabalho muito simples, quase ingênuo, mas bonito, que encantou muitas pessoas. Pessoas saíram, pessoas chegaram e no meio do caminho nos apaixonamos pelo coco. Então, há dois anos a proposta mudou bastante.

Temos dois projetos: um de show (palco) e o outro um espetáculo musical (“A peleja da Menina que caiu em conversa de Passarinho”) que atinge todas as faixas etárias. Este espetáculo é o desenvolvimento do trabalho original com a ciranda. Recebemos financiamento da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, e em 2009, com o grande apoio da atriz e bonequeira Izabela Nascente, bem como de toda a Cia Teatral Nu Escuro, criamos esta peça.

O coco é um ritmo de origem nordestina (PB, PE, AL) que tem sido muito bem aceito em Goiás, por ser um ritmo dançante e apaixonante. O nosso público cresce cada dia mais, o que nos deixa realizados, pois acreditamos estar contribuindo para o fortalecimento da cultura popular brasileira e para a diversificação cultural em nosso Estado.

Inicialmente trabalhávamos em nosso repertório cantigas de coquistas pernambucanos, como o grupo Coco Raízes de Arco Verde, Pandeiro do Mestre, Renata Rosa, Cumade Fulôzinha, Zé Neguinho do Coco, Aurinha do Coco, Selma do Coco, e outros. Com o tempo, passamos a cantar músicas autorais, e hoje o nosso repertório é apenas de músicas autorais, cujas letras, na sua maioria, se referem a elementos da cultura goiana e do cerrado.

Hoje buscamos aprofundar e ousar nessa hibridização, agregando elementos rítmicos da folia de reis, congada e catira à matriz do coco, conduzindo a um ‘coco de folia’. Isso interferiu na criação de nossos figurinos, que se adéquam aos temas das nossas canções. O primeiro se referia aos Orixás do Candomblé, enquanto que o segundo já traz elementos do Cerrado como as cores e as flores.

Ultimamente temos participado de vários eventos institucionais em Goiânia e no interior do Estado. Percebemos que tem sido uma preocupação do poder público o fortalecimento e a divulgação da cultura popular, e que o grupo tem sido uma expressão da cultura popular goiana.

Também temos nos dedicado a perpetuar o trabalho, passando pra frente o que aprendemos. Hoje já existe em Goiânia um outro grupo de Coco, o grupo Ponta de Pedra, formado por jovens de 12 a 18 anos, que aprenderam o coco com o Passarinhos do Cerrado e tem conduzido a sua carreira independentemente, sendo reconhecidos por seu talento e responsabilidade.

2)Quais as particularidades do grupo? Quais os valores que conduzem o trabalho?

Acreditamos que uma característica do grupo que o diferencia dos demais e mantém a sua coesão é a autogestão. Não há hierarquia. Tanto no palco quanto na produção e organização. No palco todos cantam e tocam e nos posicionamos lado a lado, sem destacar ninguém.

No centro fica o bombo, que é o instrumento que marca o pulso, o tempo, é o coração do grupo. Na produção, as tarefas são distribuídas igualmente de acordo com as afinidades e habilidades de cada integrante. O que garante o desenvolvimento do grupo é o trabalho em equipe, as diferentes personalidades e habilidades dos integrantes, o companheirismo, talvez mais do que o talento, pois ainda temos muito a crescer sob o aspecto musical.

Também o que nos diferencia é o propósito do nosso trabalho, em defesa da cultura popular brasileira e preservação do cerrado.

Como trabalhamos praticamente sozinhos, acabamos nos dividindo em mil pra darmos conta do recado. Extrapolamos os horários, os limites, o cansaço. E o que explica toda essa dedicação é o amor, a paixão, o comprometimento por um sonho que a gente viu nascer, crescer e agora, os frutos começam a aparecer.

3)Quais são os públicos que estão diretamente envolvidos? Há um perfil comum ou variado destes públicos?

O nosso público é bastante variado. Vários níveis econômicos, vindos de espaços diversos: a universidade, o meio cultural, escolas nas periferias, escolas particulares, jovens, adultos, crianças, idosos, alternativos, roqueiros, LGBTT, sertanejos, evangélicos, percebemos que a nossa música pode entrar em qualquer lugar e acreditamos que isso se

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